quarta-feira, 26 de setembro de 2007

Homenagem ao Cônego Milton Santana - Saudoso Pároco de Nossa Sra. de Fátima - Taquaral - Campinas - SP


Cônego Milton Santana

“Sempre me fascinou o Cristianismo com os riscos”, foi uma frase que deixou em um dos seus inscritos e marcou todo o desenrolar de sua vida. Nasceu em 24 de abril de 1907 em São Félix, BA, filho de Edmundo Alves de Santana e de Dona Amélia Santana. Estudou na Escola primária Rio Vermelho, em Salvador, de 1914 a 1917. Fez o Seminário Menor em Salvador, de 1927 a 1930. Cursou Filosofia no Seminário Maior de Aracaju, SE, de 1931 a 1932, e Teologia no Seminário Central do Ipiranga, SP, de 1933 a 1936.
Acolhido por Dom Francisco de Campos Barreto, foi por ele ordenado presbítero em 06 de dezembro de 1936 na Catedral de Campinas. Foi Capelão do Instituto Penido Burnier; Coadjutor da Matriz de Nossa Senhora do Carmo e Nossa Senhora das Dores, em 1938. Assistente da JOC. Pároco de Santa Maria de Jaguariúna, em 21 de janeiro de 1941 e em 1942 a 1952, colaborou na fundação da Paróquia de São Sebastião, em Limeira, onde construiu a Casa Paroquial, o Salão Paroquial e a Sede do Círculo Operário. Fundou ali o Jornal “A Cidade dos Trabalhadores” e uma Creche. Em 17 de março de 1955 assumiu a Paróquia de Nossa Senhora de Fátima no Bairro Taquaral, em Campinas. Seu primeiro trabalho, foi terminar a Igreja Matriz, iniciada pelo primeiro Pároco, Cônego Carlos Menegazzi que, apenas a deixou erguida. Instalou o Posto de Puericultura Beatriz Helena. Desenvolveu ampla Obra Assistencial e Promocional na Paróquia, sempre trabalhando em prol da Justiça Social; conhecido defensor dos oprimidos e marginalizados, sendo até chamado “Padre das Prostitutas” que, naquele tempo eram abundantes no bairro.
Foi detido e molestado durante o Golpe Militar de 1964, sendo detido na Escola de Cadetes e confinado dois meses em Cananéia, SP, e, tendo ainda, por este motivo, perdido uma das vistas. Era exímio jornalista, publicando periodicamente artigos contundentes nos jornais da cidade, chegando a ser chamado por isso, de “Padre Comunista”. Em 1958, foi nomeado Cônego Honorário do Cabido Metropolitano de Campinas e em 1984, recebeu o título de “Cidadão Campineiro”.
Em 1990, Cônego Milton, sofreu um espasmo cerebral e ficou preso a uma cadeira de rodas. Depois de 36 anos de paroquiato, em 12 de março 1993, entregou sua renúncia da Paróquia ao Senhor Arcebispo, Dom Gilberto Pereira Lopes, continuando a residir na Casa Paroquial como Padre Emérito, vindo a falecer aos 03 de abril de 1998, sendo sepultado no Jazigo do Clero, no Cemitério da Saudade, em Campinas.
No dia 10 de dezembro de 1948, a Assembléia Geral das Nações Unidas promulgou a Declaração Universal dos Direitos Humanos. Em 1998, em comemoração aos 50 anos da Declaração, a Câmara Municipal de Campinas aprovou um Projeto de Resolução que instituiu a “Medalha Cônego Milton Santana de Direitos Humanos”. O objetivo é homenagear alguma pessoa ou entidade que tenha se destacado em Campinas na luta pelos Direitos Humanos. A “Medalha Milton Santana” é entregue uma vez por ano, em dezembro, durante as atividades da Semana Municipal de Direitos Humanos, a apenas uma pessoa ou entidade.

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